“Corregedoria Day” no TCE-PA promove programação com palestra sobre ética em meio à aceleração social

O Dia Nacional da Ética foi celebrado na sexta-feira, 3, pelo Tribunal de Contas de Contas do Estado do Pará (TCE-PA) com uma programação da “Corregedoria Day”, ação nacional idealizada pelo Instituto Rui Barbosa em conjunto com todos os Tribunais de Contas do país, por intermédio das Corregedorias.

A ação contou com a palestra “Patologias Sociais na Era da Aceleração do Trabalho: Desafios éticos da Contemporaneidade”, proferida pelo professor Saulo de Matos, do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará.

A abertura da programação foi realizada pelo Corregedor Conselheiro Luís Cunha, que agradeceu o apoio da Corregedoria, das Secretarias do TCE-PA, da Escola de Contas Alberto Veloso, Cerimonial e Comunicação pela promoção do evento que visou fomentar a reflexão sobre a ética no ambiente de trabalho.

De acordo com o Conselheiro Corregedor não se pode viver sem ética. Todos os servidores do TCE-PA precisam ter a consciência de que estão em uma instituição pública e que necessitam prestar um serviço público de excelência. “A ética está presente em nosso trabalho e na nossa casa. Até em uma guerra é preciso ter ética. No TCE há um código de ética que é muito importante ser lido. Precisamos entender que temos uma missão pública a cumprir e estamos sempre em dívida com o cidadão”, completou Luís Cunha.

Na sequência, o professor Saulo de Matos contextualizou o atual cenário em que se vive, marcado pela aceleração social e tecnológica. Os indivíduos já não exercem apenas uma única profissão ao longo de suas vidas, não moram no mesmo lugar por décadas ou mantêm um relacionamento por anos com a mesma pessoa. Tais mudanças se justificam pela aceleração social e o próprio ritmo de vida na atualidade.

Segundo Saulo de Matos, a aceleração tem a ver com o tempo, quando a humanidade tem consciência de sua finitude e passa a experimentar a urgência de fazer mais em menos tempo para alcançar o progresso em diversos níveis.

Ele explica que hoje vivemos sob a égide da dominação racional-legal, na qual múltiplas doutrinas coabitam em nossa sociedade, e o desafio é fazer com que todos colaborem para o seu pleno funcionamento.

“A aceleração social manifesta-se de diversas formas: temos a aceleração tecnológica, que é o aumento intencional da velocidade dos transportes, da comunicação e produção orientados por metas. Ocorre a aceleração nas mudanças sociais, com o aumento da velocidade das formas de relações sociais, modelos de estrutura e constelações sociais. Temos ainda a aceleração do ritmo de vida com o aumento de episódios ou experiências por unidade de tempo”, completou o doutor.

Saulo aponta um paradoxo da aceleração social: experimenta-se ter menos tempo para viver apesar do maior número de atividades realizadas em um curto tempo de espaço. Há dois fatores que geram a aceleração social: a competitividade e o sentimento de eternidade, quando se tem de vivenciar todas as experiências possíveis em uma única existência.

Professor Saulo encerrou a palestra com várias indagações: até que ponto nós estamos nos tornando escravos da aceleração social? Como ter controle sobre isso no ambiente de trabalho? A ocasião do debate é a ideal para refletir como seguimos com nossas vidas e não nos sentirmos angustiados por não cumprirmos nem a metade do esperávamos para nós mesmos.

eticaA03.05.2024

eticaC03.05.2024

eticaB03.05.2024

eticaD03.05.2024

eticaE03.05.2024